Tech_Diário

O Tech_Diário não pára de falar da Microsoft. Não é uma preferência do site. Muito menos algum acordo escuso entre o autor e o bilionário Bill Gates. A empresa anda fazendo muitos lançamentos, essa é a verdade.

Hoje o assunto é o carro chefe da companhia: o Windows. A empresa anunciou que a primeira fase de desenvolvimento do Windows Vista está terminada. O que isto quer dizer? Que já estão sendo enviadas cópias para fabricantes de PCs nos EUA, e que o programa de testes por usuários está encerrado. Este programa permitia baixar a versão RC1 (Release Candidate 1) do site da MS de graça, e usar o programa até meados do ano que vem. Lógico que colaborando com a empresa, enviando informações sobre os problemas encontrados.

Por causa destes problemas é que os fabricantes recebem a versão antes dos consumidores (nos EUA a data para chegada às prateleiras é 30 de janeiro). Eles vão adaptar suas máquinas e drivers para trabalhar com o novo sistema operacional. Junto com todas a melhorias prometidas, o Vista traz junto uma lista de requisitos básicos capaz de matar de vergonha as máquinas do programa Computador para todos, do governo brasileiro.

O Vista estará disponível em seis versões:
- Starter, apenas para “mercados emergentes” e bastante básica;
- Home Basic e Home Premium: para usuários domésticos. Só a segunda traz o Media Center (transmite conteúdo multimídia para outros equipamentos via rede wi-fi) e a interface Aero (com transparências e recursos avançados de 3D).
- Business e Enterprise: voltadas para empresas de todos os portes, estas versões dispensam os recursos de entretenimento como o Media Center e adicionam sistema de back-up avançado e acesso remoto ao desktop.
- Ultimate: a versão top de linha inclui todos os recursos citados e ainda um novo sistema de encriptação de dados no HD chamado Windows BitLocker.

Para as versões sem a interface Aero, os requisitos partem de Processador com 800MHz, 512 MB de Ram e placa de vídeo compatível com DirectX 9. Quem for usar o Aero, separe um processador de 1 GHz, 1 GB de RAM, placa de vídeo com 128 MB, 40 GB no HD e drive de DVD.

A dica do Tech_Diário é: não tenha pressa para adotar o Vista. É provável que ele tenha problemas de compatibilidade com diversos itens de hardware e software nos primeiros meses. Aproveite este tempo para turbinar sua máquina e fazer back-up de todos os seus arquivos. Para quem vai comprar uma máquina nova, se puder esperar algum tempo, o melhor é adquirir um computador que já venho com a licença do Windows Vista (e todos os seus requisitos...).

A Microsoft anunciou o lançamento do Xbox 360 no Brasil. Vai custar a bagatela de R$ 2.999. A desculpa da empresa é de que ele vem em um "pacote completo", que inclui jogos, controles e outras firulas. Será que o lançamento é apenas para impressionar alguém? O mais lógico não seria cortar todos os custos para baratear a máquina? Nos EUA a versão básica custa US$ 299, ou R$ 658 com dólar a 2,20. Depois ficam com chororô sobre pirataria.

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Enquanto isso, nos EUA, a Microsoft começa a vender o Zune, player de MP3 concorrente do iPod. Falaremos mais sobre ele depois, mas já digo logo: não creio que vá ameaçar a Apple.

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Vejam esta ferramenta que interessante: M-Cash, do HSBC.
Evita o envio de números de cartão de crédito em compras pela internet. Boa idéia, e simples até. O site explica como funciona.

O Brasil entrou definitivamente na guerra contra pirataria digital. Mas não foi uma ação do governo ou da “população”. São as grandes corporações que estão mostrando as garras. Infelizmente, as ações iniciadas atingem apenas pessoas físicas, indivíduos. A coerção contra alguns casos exemplares visa gerar “medo” nas outras pessoas.

Começou com o anúncio da ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Disco) de que vai processar 20 brasileiros por compartilhamento ilegal de músicas na internet (veja matéria da Folha on-line). São os primeiros casos deste tipo no Brasil. Nos EUA, esse expediente já virou rotina.

Na semana passada, sites que ofereciam legendas para capítulos do seriado Lost foram intimados a retirar os arquivos do ar, ou seriam acionados judicialmente (veja texto da Info on-line). Os sites não ofereciam downloads dos episódios, apenas das legendas (que obviamente seriam utilizadas com vídeos obtidos em outros locais). [Obs: O site LegendaZ retirou as legendas do ar e seus donos estão sendo investigados por outros crimes de pirataria].

Nos dois casos, são mega-corporações processando indivíduos. Provavelmente assalariados que adoram internet, como muitos de vocês, leitores. OK, obter as músicas e filmes na net sem pagar nada é crime contra o direito autoral, mas qual é a eficácia dos métodos adotados?

O Daniel Mello, do LostBrasil, é um super fã que fez e mantém por vontade própria um site todo dedicado ao produto da Sony e da Disney. Os executivos, ao invés de agradecerem ao sujeito, metem um advogado na porta dele. Se tem gente querendo ver Lost no Brasil ao mesmo tempo que nos EUA, por que não oferecer os episódios? É melhor pagar uma firma de advocacia para espalhar o terror do que faturar vendendo os episódios?

A indústria da música nos EUA precisou que uma empresa de outro ramo (a Apple) mostrasse como é possível vender canções na internet de forma rentável. No Brasil, todas as experiências deste tipo fracassam porque as empresas insistem em querer vender um produto que só é bom para elas, não para os consumidores.

A indústria de mídia precisa se reinventar com urgência, e não é com ações deste tipo que ela vai sobreviver aos próximos anos.

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Continua!
Foto: gettyimages royalty free

Vamos ver o que saiu nos cadernos de tecnologia dos principais jornais do DF nesta terça:

Correio Braziliense
Na capa, traz matéria sobre o Flight Simulator X, da Microsoft. O jogo chegou a décima versão com um nível de realismo inédito. Os cenários são baseados em fotografias reais. Como o repórter Pedro Paulo Rezende testemunhou, haja máquina para trabalhar com tanta perfeição.

A matéria sobre a filmadora digital Samsung SC-DC 565 foi bem criativa, com a participação de um aluno de cinema da UnB. No geral do caderno entretanto, os textos estavam ainda mais superficiais do que o normal, infelizmente. Alguns errinhos também incomodam, como escrever que uma placa de vídeo tem 128 MHz ao invés de megabytes. Na internet, só para assinantes.

Jornal de Brasília
Na matéria principal, IE7 vs Firefox 2... Advinhem quem escreveu? No mais, análise do pacote de expansão “Bichos de Estimação”, para The Sims 2 e a polêmica da legislação sobre Internet do senador Azeredo. A diagramação do caderno estava um pouco deformada por conta de um anúncio central na primeira página. On-line aberto a todos.

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Nota do editor: Gabriel Costa também é estagiário no Jornal de Brasília. Este blog não tem qualquer relação com o jornal.

O projeto de lei do Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) causou polêmica na mídia e no Congresso, hoje. A votação, que estava marcada para amanhã, foi suspensa da pauta da Comissão de Constituição e Justiçado Senado.

Na Câmara do Deputados, o presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) manifestou-se contra as propostas. Segundo ele, o projeto pode acabar punindo quem utiliza a internet dentro da lei.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) avisou que iria organizar um movimento para “derrubar” o projeto no caso dele ser aprovado no Senado, o que o enviaria de volta para Câmara. Segundo Gabeira, o projeto é “um atentado”, e “ameaça a liberdade na internet”.

Estamos seguros?

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Comente: você já testemunhou um "crime pela internet"?

Enquanto uns tentam reinventar a roda, também há boas idéias circulando pelo Congresso Nacional. Nesta terça (07), às 9h (desculpem pelo aviso atrasado) acontece na Câmara dos Deputados o Seminário "Internet para Todos - uma estratégia focada nos municípios".

O encontro vai debater uma proposta da deputada Luiza Erundina que prevê uso dos recursos do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação) para promover a instalação de redes sem fio em todos os municípios brasileiros e oferecer, de graça, acesso a internet a toda a população.

Não, não enlouqueci quando disse que a idéia era boa. Justifico: 1) Promover um seminário com especialistas é produtivo. 2) O convite enviado mostra que os autores estão em dia com o setor, citando as tecnologias sem fio e seu custo menor em relação aos sistemas cabeados. 3) Há experiências pioneiras (estatais e privadas) de ações deste tipo que alcançaram sucesso. 4) O FUST hoje é recolhido e armazenado para fazer “superávit”. 5) A deputada promete modificar sua proposta de lei sobre o tema após ouvir prefeituras e especialistas.

A internet, sozinha, não salva a vida de ninguém. A tal “inclusão digital” não é nenhum milagre salvador do país. Mas merece ser discutida, ainda mais sendo uma das principais propostas do governo Lula.

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Clique na imagem para ter acesso a programação completa do Seminário!

Antes de começar: a pauta de hoje mudou. O anunciado na sexta-feira (combate a pirataria on-line) fica para amanhã, provavelmente. Hoje falamos sobre o Legislativo brasileiro e a internet.

Bombou na mídia nesta segunda-feira o anúncio de que o Senado quer votar, na quarta (08/11/2006) um projeto que “controla o acesso a internet”. Veja matérias da Agência Estado e da Folha on-line. Pelo projeto, qualquer pessoa que acessa a internet para tarefas cotidianas como e-mail ou publicação de blogs vai precisar de uma “autenticação” provando que ela é ela mesmo.

Os provedores seriam responsáveis por armazenar e verificar os dados (nome, endereço, número de telefone, da carteira de identidade e do CPF) de todos os usuários de internet no Brasil. O objetivo é dificultar os diversos tipos de crimes que podem ser cometidos on-line, desde pedofilia e pornografia infantil até delitos contra o direito autoral.

O projeto de lei é de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB). Sem comentar o mérito moral ou as intenções do senador, podemos dizer que sua proposta demonstra falta de preparo e desconhecimento mínimo da técnica dos serviços de conexão e redes de computador. É uma idéia absurda.

As críticas contra invasão de privacidade e extremismo feitas por Thiago Tavares, da SaferNet no texto da Folha on-line estão corretas. O nível de burocracia que a medida geraria seria altamente incômodo.

Tecnicamente, a idéia é um descalabro. Pense em uma casa com pai, mãe, filho de 25 anos, filha de 14 anos e filho de 9 anos e três computadores ligados em rede, uma só conexão banda larga compartilhada. Além dos cinco registros junto ao provedor, como definir quem está fazendo o que se a conexão ao provedor é uma só? É mais ou menos como as multas de trânsito emitidas por pardais: não importa quem está dirigindo, o acusado é sempre o dono do carro.

Pense agora em você, leitor: quantas vezes e em quantos lugares você acessa a internet por dia? Em casa? No trabalho? No celular? Na faculdade? No cyber café? Na Lan house? Todas essas conexões tem servidores diferentes. Haja paciência pra tanta autenticação.

Sem falar que hoje, por meio de endereço IP que toda máquina ligada na internet possui e é único, é possível aos provedores indicar o responsável pela conexão.

É claro que não defendo qualquer tipo de crime. Mas, de boas intenções, a legislação brasileira está cheia.

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